Vila Velha

Lenda da Vila velha

Vila velha era conhecida como itacueretaba ( “a cidade extinta de pedra”). Protegida por tupã, a cidade possuía um tesouro, que era guardado por uma legião de apiabas, escolhidos dentre os melhores índios das tribos. Esses homens tinham regalias e distinções para desempenhar essa missão. Só não podiam ter contato com mulheres ( cunhatãs ). Diziam que se as mulheres soubessem dos segredos dos homens elas os revelariam a todos. Tupã ficaria enfurecido se esse segredo fosse revelado.


Certa ocasião, um desses homens – dos mais fortes, altivos e bravos – foi escolhido o chefe dos apiabas. Seu nome era Duí. Seu problema era apenas o de não desejar para si a nobre missão. Ele preferia continuar sendo cunhapixara ( mulherengo ). Sabedores disso, os inimigos trataram de colocar uma linda mulher no encalço de Duí. A escolhida foi Aracê Poranga.
Tão logo Duí viu Aracê, já ficou perdidamente apaixonado por ela. Aracê ganhou-lhe a confiança e o amor que tanto pretendia, para dar sequência a seus planos. Até que lhe deu, numa taça, um licor de butiás, para embebedá-lo e assim descobrir seus segredos. Porém, ambos beberam da taça e acabaram ficando ali, deitados à sombra, abraçados.
Tupã, furioso, destruiu Abaretama, transformou-a em pedra, e os dois amantes, como castigo, também ficaram petrificados, um diante do outro, tendo a taça de pedra a seu lado. E o tesouro fundido é aquela lagoa que chamamos Dourada.

Cataratas do Iguaçu

LENDA DAS CATARATAS DO IGUAÇU (NAIPI E TAROBÁ)

Os índios caingangues, que habitavam as margens do rio Iguaçu, acreditavam que o mundo era governado por M’Boy, o Deus Serpente, filho de Tupã.

O cacique da tribo, Ignobi, tinha uma bela filha chamada Naipi. Devido a sua beleza, Naipi seria consagrada ao Deus M’Boy, passando a viver somente para seu culto. Havia, porém, entre os caingangues, um jovem guerreiro chamado Tarobá, que ao ver Naipi, por ela se apaixonara.

No dia em que foi anunciada a festa de consagração da bela índia, quando o cacique e o pajé bebiam “cauim” (bebida feita de milho fermentado) e os guerreiros dançavam, Tarobá fugiu com Naipi em uma canoa, que seguiu rio abaixo, arrastada pela correnteza.

Quando M’Boy soube da fuga, ficou furioso. Penetrou então nas entranhas da terra e retorcendo o seu corpo, produziu uma enorme fenda, que formou uma catarata gigantesca. Envolvidos pelas águas dessa imensa cachoeira, os fugitivos caíram de grande altura.

Naipi transformou-se em uma rocha abaixo da cachoeira, perpetuamente fustigada pelas águas revoltas e Tarobá foi convertido em uma palmeira, situada a beira do abismo. Debaixo dessa palmeira acha-se a entrada de uma gruta onde o monstro vingativo vigia, eternamente, as suas duas vítimas.
 

Gralha Azul

GRALHA-AZUL (Cyanocorax caeruleus)

Era madrugada, o sol não demoraria a nascer e a gralaha ainda estava acomodada no galho amigo onde dormira à noite, quando ouviu a batida aguda do machado e o gemido surdo do pinheiro. Lá estava o machadeiro golpeando a árvore para transformá-la em tábuas.
A gralha acordou. As pancadas repetidas pareciam repercutir em seu coração. Num momento de desespero e simpatia, partiu em vôo vertical, subiu muito além das nuvens para não ouvir mais os estertores do pinheiro amigo. Lá nas alturas, escutou uma voz cheia de ternura: – Ainda bem que as aves se revoltam com as dores alheias.

A gralha subiu ainda mais, na imensidão. Novamente a mesma voz a ela se dirigiu: – Volte avezinha bondosa, vao novamente para os pinheirais. De hoje em diante, Eu a vestirei de azul, da cor deste céu e, ao voltar ao Paraná, você vai ser minha ajudante, vai plantar os pinheirais. O pinheiro é o símbolo da fraternidade. Ao comer o pinhão, tira-lhe primeiramente a cabeça, para depois, a bicadas, abrir-lhe a casca. Nunca esquece de antes de terminar o seu repasto, enterrar alguns pinhões com a ponta para cima, já sem cabeça, para que podridão não destrua o novo pinheiro que dali nascerá. “Do pinheiro nasce a pinha, da pinha nasce o pinhão… Pinhão que alegra nossas festas, onde o regozijo barulhento é como um bando de gralhas azuis matracando nos galhos altaneiros dos pinheirais do Paraná. Seus galhos são braços abertos, permanentemente abertos, repetindo às auras que o embalam o meu convite eterno: Vinde a mim todos…”

A gralha por uns instantes atingiu as alturas. Que surpresa! Onde seus olhos conseguiam ver o seu próprio corpo, observou que estava todo azul. Somente ao redor da cabeça, onde não enxergava, continuou preto. Sim preto, porque ela é um corvídeo. Ao ver a beleza de suas penas da cor do céu, voltou célere para os pinheirais. Tão alegre ficou que seu canto passou a ser um verdadeiro alarido que mais parece com vozes de crianças brincando.

A Gralha-azul é um membro da família dos Corvídeos, que são aves com ampla distribuição geográfica, que ocorrem principalmente em regiões de clima temperado.

No Brasil, esta espécie é encontrada na área que atinge do Estado de São Paulo até o Rio Grande do Sul. E uma ave de médio porte (39 cm de comprimento) e de aspecto robusto.

O corpo tem coloração azul reluzente; a cabeça, a garganta e o peito são negros, com as penas da fronte arrepiadas. Seus olhos são escuros. A coloração da plumagem é semelhante, tanto na fêmea como no macho.Habitante de florestas, ocorre principalmente nas áreas de floresta com araucária.

No Estado do Paraná, a Gralha-azul é oficialmente reconhecida como ave-símbolo, por intermédio da Lei nro. 7957, de novembro de 1984. Embora cientificamente não comprovado, muitas pessoas acreditam que a Gralha-azul “planta o pinhão” (semente do pinheiro). Na verdade, esta ave é considerada um agente dispersor em potencial das sementes do pinheiro.

Durante a atividade de alimentação as gralhas transportam o pinhão de uma árvore para a outra, deixando muitas vezes cair a semente ao chão, a qual penetra no solo devido ao impacto da queda, vindo a germinar postenormente. Entretanto, esta espécie de ave não é totalmente dependente das matas de araucária, apesar de suas relações com o pinheiro.

Sua área de distribuição abrange também os domínios da Floresta Atlântica. Apesar de facilmente encontrada em sua área de ocorrência, a Gralha-azul leva hoje o status de vulnerável, principalmente devido à destruição de seu habitat natural. No Estado do Paraná, sua principal área de ocorrência atual, restam, hoje, cerca de 3% de sua cobertura vegetacional original, reduzindo drasticamente as populações de Gralha-azul.

Fonte: ROBERTO BÓÇON Biólogo – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMAPR


A LENDA DA GRALHA AZUL

Os pinhais do Paraná são muito valiosos, porque formam, às vezes, grandes florestas só de pinheiros, como se tivessem sido plantadas pelo homem. Isso facilita o seu aproveitamento industrial. Durante muito tempo, não se soube explicar como os pinheiros apareciam em grupos, em pontos afastados, sem que ninguém os plantasse.

Hoje, se sabe que este misterioso reflorestamento é obra de um pássaro ? a gralha azul. Essa ave, que é encontrada nos planaltos paranaenses, alimenta-se de pinhões, sementes de pinheiro. Para isso, descasca-os e come-lhes a polpa gostosa e nutritiva.

Mas a gralha azul é uma ave esperta e previdente. Por isso, depois de saciar sua fome, enterra, em diferentes lugares, uma certa quantidade de pinhões, para serem comidos mais tarde, quando terminada a safra das pinhas, frutos do pinheiro. Nem todos os pinhões enterrados são comidos. Algumas gralhas morrem, outras esquecem onde enterraram os pinhões.Essas sementes esquecidas germinam e produzem grandes pinheiros.

Uma particularidade interessante é que a gralha azul enterra o pinhão com a extremidade mais fina para cima, para favorecer o desenvolvimento do broto. Além disso tira a cabeça do pinhão, porque ela apodrece no contato com a terra e arrasta à podridão no fruto todo.

Tudo isso fez nascer a lenda de que a gralha azul é um animal maravilhoso, criado para proteger os pinhais. E por isso, as espingardas dos caçadores negam fogo ou explodem, sem atirar, quando eles as apontam para a gralha azul.

Fonte: Lendas e Mitos do Brasil – Theobaldo Miranda Santos

Erva-Mate

Lenda da Erva-Mate

A erva-mate, como o milho, o algodão, a mandioca, o fumo e outras plantas de uso generalizado nos hábitos humanos, tem sua origem explicada pelos indígenas americanos, através de poéticas lendas, que lhe conferem um caráter sobrenatural.
Conta-se que Deus, acompanhado por São José e São Pedro, em uma longa jornada, pediu pousada na casa de um índio, já velhinho e muito pobre, que tinha como único bem, uma jovem e linda filha.


O bom índio acolheu os incógnitos visitantes com carinho e hospitalidade.

Querendo recompensá-lo, Deus disse ao ancião:
– Vou premiá-lo pela generosidade de sua acolhida, tornando imortal, sua bela e inocente filha, a quem você quer tanto. E assim, Caá-Yari, a jovem guarani, foi transformada na árvore da erva-mate, que desde então existe e por mais que a cortem, sua folhagem volta a brotar e a florir sempre mais vigorosa, permanecendo eternamente jovem.

Caá-Yari tornou-se a deusa dos ervais protegendo suas selvas, favorecendo os ervateiros, abreviando seus caminhos, diminuindo-lhes o peso dos feixes e mitigando-lhes a árdua e cansativa jornada de trabalho nos ervais.

Araucária

 

Pinheiro do Paraná

 

Propriedades Botânicas

 

Pinho, pinheiro-do-paraná, pinheiro-brasileiro, pinheiro-caiová, pinheiro-das-missões, pinheiro-são-josé, são algumas das denominações pelas quais o pinheiro é conhecido, sendo seu nome científico Araucaria angustifolia, pertence a família Araucariaceae.

 

Seu habitat natural é em florestas subtropicais, a uma altitude entre 500 e 1800 m, ocorrendo na parte leste e central do Planalto Sul – brasileiro, abrangendo Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, e em manchas esparsas em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

 

No Paraná a área de distribuição do pinheiro é bem definida. Limita-se a leste pela Serra do Mar e a oeste, avizinha-se das florestas latifoliadas tropicais e subtropicais da bacia do rio Paraná e seus afluentes Iguaçu, Piquiri e Ivaí, até aproximadamente 54° W. Ao norte, limita-se pelas formações tropicais mais quentes (23° 30’S) ocorrendo em todo o sul do Estado.

 

Nestes habitats cresce associado a árvores como: o cedro, a erva-mate, a canela, a imbuia e a palmeira-jerivá.

 

Comparado com o crescimento de outras coníferas exóticas, o desenvolvimento do pinheiro-do-paraná, se processa de modo relativamente lento, podendo atingir até 500 anos de idade.

 

A árvore de porte altivo, com altura entre 24 e 35 m, excepcionalmente chega a 50 m. Com tronco reto e cilíndrico possui 1 a 2 m de diâmetro, apresentando casca grossa, resinosa, acinzentada, rugosa e fendilhada.

 

Os galhos são longos levemente recurvados para cima, com densos tufos de folhas verde-escuras, lanceoladas e muito agudas.

 

Quando jovem, a planta possui copa cônica e a medida que atinge a idade adulta, toma o formato de taça ou candelabro, pela queda natural dos ramos inferiores que secam.

 

Sendo uma espécie dióica, o pinheiro apresenta exemplares machos que produzem flores masculinas popularmente chamadas: mingote, pinheco, pichote, dedo, além de outras denominações e, flores femininas, as pinhas, com aproximadamente 20 cm de diâmetro, que pesando 1 kg, contém em média 120 sementes ou pinhões, sendo sua disseminação feita pelo homem; por aves como gralhas, maitacas, papagaios, tirivas, além de mamíferos como cutias, ratos, preás, ouriços, serelepes e macacos, garantindo a perpetuação da espécie.

 

Dos 7.500.000 hectares de primitivas florestas de araucária, no Paraná existem ainda 400.000 hectares, sendo que as maiores reservas se localizam na região de General Carneiro e Bituruna, em uma linha que vai de União da Vitória a Palmas.

 

 

O Paraná e o ciclo do Pinho

 

“serra acima, onde os olhos dos viandantes descortinam matas sem fim de pinheiros,

por hora só aproveitados no limitadíssimo consumo desta parte da Província”

(Zacarias de Góes e Vasconcelos – Presidente da Província do Paraná… 1854)

 

No Brasil a exploração florestal, teve início oficialmente em 1511, feita por Fernando de Noronha, o primeiro arrendatário de pau-brasil. Várias cartas régias foram baixadas no sentido de reservar as florestas da costa brasileira, como patrimônio real, sendo o corte somente permitido ao Reino, atendendo dessa maneira o suprimento de matéria-prima para a construção de caravelas. Esta atividade extrativa, notadamente de pau-brasil, constituiu-se até o século XVII, a principal fonte de divisas da Coroa, saída de terras brasileiras.

 

Na verdade, também a madeira de boa qualidade e o tronco reto da araucária, não demoraram muito a serem notados pela Metrópole. Em 1765, um decreto do rei D. João V de Portugal autorizou o corte de pinheiros em Curitiba, para construir a nau São Sebastião, que navegou entre o Brasil e o Reino por mais de cinqüenta anos, indo em seguida para a África onde fez o transporte por outros tantos anos, ainda em bom estado de conservação.

 

No mesmo século XVIII, Afonso Botelho de Sampaio e Souza, achou por bem solicitar a decretação, para que fossem considerados propriedade real, os pinheiros cujo diâmetro, permitisse seu aproveitamento na mastreação dos navios da armada lusitana. A idéia porém, ainda que aplaudida no Reino, nunca se efetivou através de legislação adequada .

 

A exemplo do que aconteceu inicialmente em todo o Brasil, a madeira exportada era retirada do litoral pois a falta de ligação desse, com o planalto, constituía-se no maior empecilho, para a exploração dos pinheiros, que eram utilizados apenas nos limites de serra acima.

 

A iniciativa do primeiro grande investimento madeireiro no Paraná se deve ao arrojo dos irmãos André e Antônio Rebouças, na organização da Companhia Florestal Paranaense, instalada em 1871, na localidade de Borda do Campo, próxima ao traçado da futura ferrovia Curitiba-Paranaguá. Porém, a concorrência estrangeira, notadamente a do pinho de Riga, e a dificuldade de vias de comunicação que possibilitassem o escoamento da madeira, acabaram fazendo fracassar o empreendimento.

 

Mas foi somente após a abertura da Estrada da Graciosa, ligando Curitiba a Antonina, em 1873, da construção da Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba, em 1885 e do ramal Morretes-Antonina em 1891, que a extensa floresta de Araucária angustifolia existente nos planaltos paranaenses, permitiu que a exploração da madeira tivesse início como uma das atividades econômicas mais importantes do Estado.

 

0 grande propulsor da exportação do pinheiro paranaense foi, sem dúvida, a Primeira Guerra Mundial, pois com a impossibilidade de importação do similar estrangeiro, o pinho-do-paraná passou a abastecer o mercado interno e o argentino. Multiplicaram-se as serrarias, concentrando-se no centro-sul e deslocando-se para o oeste e sudoeste do Estado, à medida em que se esgotavam as reservas de pinheiros, mais próximas das ferrovias, transformando-se assim, a exportação de pinho, na nova atividade econômica paranaense, ultrapassando a importância da erva-mate como fonte de arrecadação de divisas para o Estado.

 

0 desenvolvimento do transporte feito por caminhão após a década de 30, libertou a indústria madeireira da dependência exclusiva da estrada de ferro, penetrando desta forma, cada vez mais para o interior.

 

Utilizando boa parte da mão-de-obra excedente do ciclo ervateiro, já em crise, foi ainda pela necessidade de acondicionar a erva-mate, anteriormente transportada em surrões de couro, que nasceu uma nova profissão: a dos barriqueiros, que confeccionavam barricas utilizando o pinho como matéria-prima. Foi ainda no bojo deste ciclo, que se instalaram no Paraná, diversas indústrias como fábricas de fósforos, de caixas e de móveis.

 

Em um determinado espaço de tempo, durante a Segunda Guerra Mundial, a madeira de pinho liderou a pauta das exportações do Paraná. Findo o período de conflito, o ciclo madeireiro foi declinando, sendo substituído pelo café que já despontava como uma das forças econômicas no Estado.

 

Assim, o ciclo econômico do pinho terminou por volta de 1940, sendo que da primitiva floresta de pinheiro-do-paraná, resta aproximadamente 5%. Mas é inegável também a importância que a araucária exerce ainda hoje na história, cultura, hábitos e artes do paranaense.

 

“Coré-etuba”, isto é, ”muito pinhão” “aqui”, segundo a lenda, teria dito o cacique Tingui, ao ajudar a escolher o novo local transferindo a primitiva povoação das margens do rio Atuba, para a atual Praça Tiradentes. Da expressão indígena nasceu o nome e a cidade, que seria a futura Capital do Paraná: Curitiba.

 

Outros municípios têm seu nome ligado ao pinheiro: Araucária, Pinhão, Pinhalão, Ribeirão do Pinhal, São José dos Pinhais e localidades como: Pinhais, Pinhalzinho, Pinheiral, Três Pinheiros, etc.

 

Grande foi também a influência que o pinheiro exerceu sobre o imigrante que, quando aqui chegou, o utilizou para construir suas primeiras habitações. A importância de tal uso está evidenciada através das casas de troncos, sem pregos, sendo usada apenas a técnica do encaixe, hoje conservadas no memorial da imigração polonesa do Bosque João Paulo II, um dos mais bonitos e atrativos pontos turísticos de Curitiba.

 

Casa de Troncos – Bosque João Paulo II – Curitiba

 

0 pinheiro, símbolo do Paraná, aparece, ainda representado na bandeira do Estado e nos brasões de aproximadamente oitenta municípios paranaenses, além de designar estádios, clubes, estabelecimentos comerciais, indústrias e de estar imortalizado nas calçadas das praças e ruas de Curitiba.

 

 

O índio e o Pinheiro

 

Os índios paranaenses, coletores de alimentos, tinham o pinhão, como o fruto por excelência, atuando assim como propagadores das florestas de pinheiros. Para isto, os índios botucudos tinham flechas especialmente adaptadas para derrubar as pinhas ainda presas. Tal equipamento chamava-se virola.

O inglês Thomas Bigg-Wither que no século passado, passou pelos campos do Paraná nos descreve:

 

“0 pinhão fruta oblonga, de cerca de uma polegada e meia de comprimento, com um diâmetro de meia a três quartos de polegada na parte mais grossa, tem uma casca coriácea, como a da castanha espanhola. 0 paladar é, entretanto, superior ao desta última e, como produto alimentício, basta dizer que os índios muitas vezes só se alimentavam dele, durante muitas semanas. Pode ser comido cru, mas os índios habitualmente os assam na brasa até partir, quando fica em condições. 0 sabor ainda melhora quando cozido, mas este é um sistema que os índios não praticam.

 

0 estágio mais delicado do pinhão é quando ele começa a germinar, fazendo aparecer um pequenino grelo verde numa extremidade. Nada excede á guloseima desse fruto em tal estado”.

 

E continua ainda: “Os coroados costumam guardar esse fruto para comê-lo mais tarde: Isto eles fazem enchendo diversos cestos de pinhão, colocados dentro da água corrente durante quarenta e oito horas. No fim desse tempo os cestos são tirados fora e o conteúdo é espalhado para secar ao sol. Assim conservados, os frutos ficam secos e sem gosto, perdendo sem dúvida grande parte de suas propriedades nutritivas”.

 

 Pinheiro no Folclore

 

Fogueiras, quadrilhas, quentão e… pinhão, são tradições indiscutivelmente associadas aos festejos juninos nas comemorações de Santo Antônio, São João e São Pedro.

 

Pinheiro … pinha … pinhão … são coisas definitivamente ligadas à vida do caboclo paranaense, que criou uma série de vaticínios e de interpretações fantasiosas, sobre a araucária e a gralha-azul, nossa ave símbolo, que se alimentando de pinhões, entrou para o folclore, como a plantadora dos pinheirais do Paraná.

 

Crendices Populares

 

Alberico Figueira fez um detalhado e profundo trabalho de coleta sobre o assunto:

 

? Quando o pinheiro deixa cair as folhas no silêncio da noite, prenuncia seca dos campos e consequentemente sensível diminuição da produção da seara.

 

? Quando as pinhas são desenvolvidas e os frutos se apresentam crescidos, é um sinal de fartura. Todos os outros frutos se desenvolvem na terra.

 

? Quando os galhos do pinheiro “rangem” à noite com o impulso dos ventos, é mau augúrio. Alguém está para morrer e o pinheiro está oferecendo madeira para o caixão.

 

? Se o pinheiro “canta ‘ quando embalado pelas brisas da madrugada, indica noivado na vizinhança.

 

? Se repentinamente, caem ramos do pinheiro, produzindo forte “zoada”, é porque as águas dos rios vão transbordar, em breve.

 

? Quando se derruba o pinheiro e o machado apresenta a lâmina virada, é indício de lutas renhidas nas tribos indígenas ou de discussão entre a vizinhança.

 

? Se pela manhã desprendem-se gotas cristalinas das ramagens do pinheiro, é noiva que chora ao deixar o lar paterno.

 

? Quando o pinheiro cai, alguém tombou varado por bala, em sangrenta luta.

 

? Quando as pinhas caem sem nenhum contato, é augúrio de paz e felicidade.

 

? Se caem folhas verdes quando se passa sob as ramagens do pinheiro, é alguém que nos estima ocultamente; mas se as folhas forem secas, é sinal de ódio, que alguém nos devota.

 

? Quando o sol esponta e as ramagens do pinheiro inclinam-se para o astro que surge, é sinal de bom tempo; mas se elas se conservam sem vivacidade, é aviso certo de temporais.

História do Paraná

Segundo o professor Francisco Felipak a palavra Paraná tem um significado Tupi e quer dizer: Paraná. Sm. (PR) [Do G. pará: mar + anã: semelhante, parecido] Paraná: semelhante ao mar, grande como o mar. (108-p.110).


HISTÓRIA DO PARANÁ

A história do Estado do Paraná remonta há cerca de 9000 anos. As provas materiais dessa história são encontradas em todo o território paranaense nos vários sítios arqueológicos já pesquisados como: os sambaquis no litoral e as pinturas rupestres, nos Campos Gerais. Nesses locais encontramos vestígios materiais importantes que revelam como viviam os habitantes desta terra antes da vinda dos primeiros europeus para a América.

Particularmente, no Paraná, a ocupação européia aconteceu por duas vias: uma espanhola e a outra portuguesa.

Desde o início do século XVI, exploradores europeus atravessaram de norte a sul e de leste a oeste, o território paranaense tendo sempre como ponto de partida foi o litoral atlântico. O primeiro europeu a percorrer toda a extensão deste território foi o bandeirante Aleixo Garcia. Em 1541 Dom Alvarez Nuñes Cabeza de Vaca, partindo da Ilha de Santa Catarina seguiu por terra em direção a oeste tomando posse simbólica deste território em nome da Espanha. Nesta fase a Coroa Espanhola cria cidades e algumas reduções para assegurar o seu território determinado pelo Tratado de Tordesilhas – acordo bilateral entre os reinos ibéricos de Portugal e Espanha.

No ano de 1554 é criada a primeira povoação européia em território paranaense, a vila de Ontiveros, às margens do rio Paraná, perto da foz do rio Ivaí. Dois anos depois, o povoamento se transfere para perto da foz do rio Piquiri, recebendo o nome de Cuidad Real del Guairá ? hoje município de Terra Roxa- , que juntamente com Vila Rica do Espirito Santo ? nas margens do rio Ivaí ? formou a província de Vera ou do Guairá.

No início do século XVI os portugueses criaram duas capitanias sobre o nosso litoral. A primeira, a Capitania de São Vicente, na região compreendida entre a Barra de Paranaguá e a de Bertioga. A segunda, a Capitania de Sant?Ana, desde a Barra de Paranaguá até onde fosse legítima pelo Tratado de Tordesilhas; mas, referências históricas, datadas de 1540, nos dão conta da existência de moradores na baía de Paranaguá vindos de Cananéia e São Vicente.

Em meados de 1600 intensifica-se a presença dos vicentinos (moradores da capitânia de São Vicente) em todo o litoral e nos Campos de Curitiba, em 1648 o povoado de Paranaguá é elevado a categoria de Vila com a denominação de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá.

Diogo de Unhate foi o primeiro português a requerer terras em solo paranaense; em 1614 obteve uma Sesmaria na região de Paranaguá, localizada entre os rios Ararapira e Superagüi. Na seqüência, em 1617 Gabriel de Lara funda uma povoação na Ilha da Cotinga, que depois transferiu para a margem esquerda do rio Taquaré ( hoje Itiberê)


O POVOAMENTO DO TERRITÓRIO PARANAENSE.

Três foram as ondas povoadoras que em conjunturas diversas e com motivações distintas realizaram a ocupação e formaram as comunidades regionais que constituem o atual Estado do Paraná. Quais sejam:

A primeira se esboçou no século XVII, com a procura do ouro, e estruturou-se no século XVIII sobretudo no latifúndio campeiro dos Campos Gerais ,com base na criação e no comércio do gado e, mais tarde, no século XIX, nas atividades extrativas e no comércio exportador da erva-mate e da madeira.

O Paraná foi a primeira região do Brasil a ingressar no sistema colonial mercantil. Os motivos para esta inserção foram a descoberta de ouro de aluvião no litoral na primeira metade do século XVII e a sua proximidade geográfica com o eixo São Vicente, Rio de Janeiro, Bahia.

A evidência do ouro foi manifestada por Gabriel de Lara em Paranaguá (1646) e Heliodoro Ébano Pereira nos campos de Curitiba (1651). Nesta época muitos moradores abandonaram a lida com a terra para procurar ouro. Isso provocou uma situação de extrema pobreza em toda a região persistindo apenas a lavoura de subsistência. Como o ouro era pouco logo acabou.

O gênero de subsistência manteve um fraco comércio em Paranaguá. A produção e o comércio de farinha de mandioca possibilitou a importação de produtos básicos como o sal, ferragens e peças de algodão vindos da sede da Capitania. Ainda no século XVII iniciou-se no litoral outras atividades produtiva como o plantio de arroz e cana-de-açúcar; este último com a finalidade de produzir a aguardente e o açúcar.

Com a abertura do caminho do Viamão, em 1731, a criação e a invernagem de gado dá o início a principal atividade econômica paranaense do século XVIII, o tropeirismo.

Ao longo do caminho do Viamão, ou caminho das tropas organizaram-se pousos, invernadas e freguesias, como as de Sant?Ana do Iapó, de Santo Antônio da Lapa originando vilas e futuras cidades do Paraná Tradicional. Com base nessa atividade foram ocupados os Campos de Curitiba, os Campos Gerais, bem como, no século XIX, os Campos de Guarapuava e Palmas. O Tropeirismo irá se esgotar na década de 1870 pelo aparecimento das estradas de ferro as quais fizeram com que os animais de carga perdessem sua função econômica.

No início do século XIX a erva mate abriu o comércio de exportação para os mercados do Rio da Prata e do Chile. Transformou-se no esteio econômico paranaense até os anos de 1930 quando a concorrência argentina encerrará a predominância da erva-mate paranaense.
A partir das primeiras décadas do século XIX o quadro demográfico paranaense é substancialmente alterado pela introdução de contingentes de imigrantes europeus. Estes imigrantes vieram para o Paraná especialmente para trabalhar com a agricultura de abastecimento em colônias agrícolas nos arredores dos centros urbanos.

A segunda resulta da ocupação das grandes florestas dos vales do Paranapanema, Paraná, Ivaí e Iguaçu. Dois movimentos populacionais extraordinários ocorreram paralelamente , resultando na sua formação. O primeiro impulsionado pela lavoura do café que ocupou a região Norte e o segundo pela ocupação das regiões Sudoeste e Extremo Oeste.

Desde o final do século XVIII, mesmo sem expressão econômica, o café do litoral do Paraná se encontra nas listas de exportações pelo porto de Paranaguá. Em meados do século XIX já se produzia café para consumo, interno, nos aldeamentos indígenas de São Pedro de Alcântara e de São Jerônimo , e na colônia militar de Jataí . Porém, o café de fato entrou no Paraná no final do século XIX pelas mãos de migrantes mineiros e paulistas. A ocupação acontece em três zonas sucessivas. A primeira no Norte Velho, desde a divisa Nordeste com São Paulo até Cornélio Procópio, colonizada entre 1860 e 1925. Em 1950 esta região estava praticamente ocupada; a Segunda no Norte Novo, desde Cornélio Procópio até Londrina, prolongando-se até o rio Ivaí, colononizada entre 1920 e 1950; e a terceira e última no Norte Novíssimo, entre os rios Ivaí e Piquiri, colonizada de 1940 até 1960. Esta última chegando às barrancas do rio Paraná, fronteira com o Estado do Mato Grosso.

A terceira e última a partir o final da década de 1930 inicia um processo novo de ocupação territorial no Paraná nas regiões Sudoeste e Extremo Oeste por parte migrantes vindos do Rio Grande do Sul e, principalmente de Santa Catarina que implantam o regime de pequenas propriedades e a policultura, predominantemente de cereais e oleaginosas. Também se dedicavam a criação de suínos. Deste modo nos anos de 1960, toda a região estava ocupada.

HISTÓRIA DO PARANÁ POR SÉCULO

1500 ( Século XVI )
– O Território paranaense se encontra dividido pelo Tratado de Tordesilhas.
– 1536: criadas sobre o litoral paranaense as capitanias de São Vicente e a de Sant?Ana.
– 154l: uma expedição comandada pelo espanhol Dom Álvaro Cabeza de Vaca, a partir da ilha de Santa Catarina passando por terras paranaenses, chega a Assunção, Paraguai.
– 1549: o alemão Hans Staden naufraga na altura da barra do Superagüi. Em 1557 publica as primeiras notícias sobre a baía de Paranaguá, bem como o seu primeiro mapa.
– Moradores de São Vicente, Cananéia, intensificaram sua presença na baía de Paranaguá, procurando comércio com indígenas. Alguns se estabelecem na ilha da Cotinga.

1600 (Século XVII )
– 1608: é criada Província del Guairá, território a oeste do Tratado de Tordesilhas. Nesta região foram implantadas 13 reduções jesuíticas.
– 1614: é concedida a Diogo Unhate a primeira sesmaria em terras do Paraná, no litoral do atual município de Guaraqueçaba.
– Inúmeras bandeiras percorrem o território paranaense. A bandeira de Fernão Dias Paes destrói as reduções jesuíticas forçando o êxodo de parte da população indígena em direção ao Tape, no Rio Grande do Sul.Essa destruição determinou, por mais de cinqüenta, o abandono de toda região.
– Intensifica-se a penetração dos vicentinos no litoral de Paranaguá e nos Campos de Curitiba a procura de ouro.
– 1646: Gabriel de Lara manifesta ter encontrado ouro em Paranaguá junto à Câmara Municipal de São Paulo.
– 1648: a descoberta de ouro possibilita a elevação do povoado de Paranaguá à categoria de Vila de Nossa Senhora do Rosário.
– Como autoridade portuguesa Gabriel de Lara toma posse da região de Curitiba e ergue um pelourinho.
– 29 de março de 1693: Curitiba é elevada a Vila, pelo então Capitão-povoador Mateus Martins Leme.

1700 ( Século XVIII )
– 1708: os padres jesuítas Antônio Cruz e Thomaz de Aquino instalam-se em Paranaguá.
– 1710: Paranaguá torna-se a 2ª Comarca da Capitania de São Paulo.
– 1714: criada a freguesia de Nossa Senhora do Pilar, hoje Antonina.
– 1731: Cristóvão Pereira de Abreu abre o trânsito do caminho entre Viamão, Rio Grande do Sul, a Sorocaba, São Paulo.
– 1750: Portugal e Espanha firmam o Tratado de Madri com a finalidade de legitimar os territórios conquistados além do meridiano de Tordesilhas. Seis anos após o novo tratado Ângelo Pedroso explora o sertão do Tibagi.
– 1767: Afonso Botelho inicia as obras da construção da Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, Ilha do Mel. Foram concluídas a 23 de abril de 1769.
– 1770: início da plantação de cana de açúcar no litoral para produção de açúcar e aguardente.
– 1797: erigida a Vila de Antonina.

1800 ( Século XIX )
– 1808: com a chegada da Família Real ao Brasil inicia o um novo processo de divisão político-administrativa das Capitanias. Curitiba torna-se sede da 5ª Comarca de São Paulo. A mando do Príncipe Regente os curitibanos da 5ª Comarca fazem expedição povoadora nos Campos de Guarapuava.
– 1811: acontecem as primeiras manifestações para a emancipação política.
– 1818: introdução de imigrantes açorianos no Registro do Rio Negro.
– Estabelece o comércio regular de erva-mate paranaense com o Rio do Prata e com o Chile.
– 1829: chegam os alemães e são instalados na Lapa e Rio Negro.
– 1839: inicia-se o povoamento dos Campos de Palmas
– 19 de dezembro de 1853: data da emancipação política do Paraná da Província de São Paulo.
– 16 de julho de 1854: Curitiba é confirmada como a capital da nova província.
– Período marcado pelo apogeu do comércio de tropas que passam e invernam nos campos do Paraná.
– Surgem outras colônias de imigrantes europeus (Colônia do Assungüi, Colônia Thereza e Colônia do Superagüi.
– É criado o ?O Dezenove de Dezembro?, o primeiro jornal do Paraná.
– 1860 a 1880: foram estabelecidas 27 colônias, com imigrantes alemães, poloneses, italianos nos arredores de Curitiba, Paranaguá , São José dos Pinhais, Antonina, Lapa, Campo Largo, Palmeira, Ponta Grossa e Araucária.
– 1862: surgem núcleos de migrantes mineiros e paulistas no Norte (velho) do Paraná para plantarem café.
– 1865:surge o núcleo da Colônia Mineira, hoje Tomazina.
– 1866: surge Santo Antônio da Platina.
– 1872: primeiras tentativas de exploração do pinho paranaense empreendida pela Companhia Florestal Paranaense, fundada por Antônio Pereira Rebouças Filho, em Piraquara.
– Neste período foram estabelecidas 34 colônias em Campo Largo, Araucária, Curitiba, São Mateus do Sul, Rio Negro, Paranaguá, Contenda, Palmeira, São João do Triunfo, União da Vitória, Guarapuava, Prudentópolis e Marechal Mallet.
– 1880: início da construção da estrada de ferro entre Paranaguá e Curitiba.
– 1885: inauguração da estrada de ferro Paranaguá-Curitiba.
– 1894: registra-se a invasão do Paraná pelos revolucionários federalistas vindos do Rio Grande do Sul.

1900 ( Século XX )
– Concessões a companhias colonizadoras situadas no Norte do Paraná..
– 1916: criação da primeira universidade do Brasil; a Universidade do Paraná. O Paraná perde o território Contestado para Santa Catarina. Chegam os primeiros colonos holandeses e japoneses.
– 1924: passagem da Coluna Prestes pelo território paranaense.
– 1927: o Governo do Estado concede à Paraná Plantations Limited grande quantidade de terras ( sucedida pela Cia. de Terras Norte do Paraná e posteriormente pela Cia. Melhoramentos Norte do Paraná).
– Entrada de corrente migratória povoadora vinda dos estados do Sul para as regiões do Estremo Oeste e Sudoeste do Paraná.
– O governo prossegue os planos de colonização de suas terras devolutas e divide o Paraná entre as companhias colonizadoras, entre outras a MARIPÁ, Mate Laranjeira, etc.
– 1943-1946: é criado o Território do Iguaçu resultando na perca de grande extensão de terras por parte do Paraná e, também Santa Catarina.
– 1957: problemas de questões de posse da terra resultam na ?Revolta dos Posseiros? na região Sudoeste.
– Período do auge do café no Paraná. Londrina torna-se a capital mundial do café. A monocultura do café rege a economia e a sociedade.
– 1964: golpe militar retira o presidente João Gulart do poder.
– 1966: eleição do último governador eleito por voto direto.
– Introdução de agroindústrias para proveito da produção agrícola paranaense.
– 1968: movimento estudantil invade a Reitoria da Universidade do Paraná.
– O território paranaense está totalmente ocupado.
– 1975: a grande geada determina o desaparecimento da monocultura do café e a introdução da monocultura da soja.
– Todo processo de transformação do meio rural refletirá no meio urbano, principalmente dos grandes centros. O êxodo rural provoca o inchaço das grandes cidades e o seu favelamento em busca do ?El Dourado? em Curitiba.
– A construção de Itaipú da maior hidroelétrica do mundo através de um consórcio entre o Brasil e o Paraguai.
– 1980: o Papa João Paulo II visita Curitiba.
– 1982: acontece a primeira eleição democrática para governador pós golpe militar.
– 1984: acontece em Curitiba o primeiro comício em prol das ?Diretas Já.
– 1985: ano do Tombamento da porção paranaense da Serra do Mar.


LOCALIZAÇÃO

O Paraná esta localizado na Região Sul do Brasil. Com 399 municípios, tem área de 199,554 Km2, o que eqüivale a 2,3% da superfície do Brasil.
De acordo com o Censo realizado no ano de 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) a população era de 9.706.000 habitantes.


CLIMA

Três tipos de clima são identificados no Paraná, que são definidos principalmente pela localização do Estado, as temperaturas e os ciclos de chuva. No litoral predomina o clima tropical super-úmido, sem estação seca. Nas regiões norte, oeste e sudoeste predomina o clima subtropical úmido mesotérmico, com verões quentes, sem estão seca, com poucas geadas. Na região de Curitiba, nos campos gerais e sul, o verão é brando, sem estações secas e ocorrem geadas severas. A temperatura média do Estado é de 18,5ºC.


HIDROGRAFIA

O Paraná é subdividido em duas bacias de desaguamento: os rios que pertencem ao grande sistema de captação do rio Paraná e o complexo de rios que pertencem à bacia de drenagem do Oceano Atlântico.
Os principais rios da bacia hidrográfica do Paraná são o Paranapanema, o Tibagi, o Piquiri e o Iguaçu, que formam um complexo hidrográfico com enorme potencial energético. Somente a bacia do rio Iguaçu, que nasce ao lado de Curitiba e deságua no extremo oeste do Estado, no rio Paraná, na fronteira com o Paraguai, tem potencial hidroelétrico para 11,3 megawatts.
A bacia hidrográfica do Atlântico abrange os sistemas hidrográficos do rio Ribeira, da baía das Laranjeiras, da baía de Antonina, do rio Nhundiaquara, da baía de Paranaguá e da baía de Guaratuba.


GLOSSÁRIO
– Aluvião: Depósito de cascalho, areia e argila que se forma junto às margens ou à foz dos rios, proveniente do trabalho de erosão.
– Campeiro: Aquele que trabalha no campo. Empregado a quem incumbe o trato do gado, e que vive habitualmente nos campos gerais. Vaqueiro.
– Capitanias: Cada uma das primeiras divisões administrativas do Brasil, das quais se originaram as províncias e os estados de hoje, e cujos chefes tinha o título de capitão-mor.
– Ibéricos: Relativo ou pertencentes à Península Ibérica, constituída da Espanha e Portugal.
– Invernagem: Designação comum de certas pastagens rodeadas de obstáculos naturais ou artificiais onde se guardam eqüídeos, muares e bovinos, para repousarem e recobrarem as forças durante as longas viagens.
– Redução:
– Rupestre: Gravado ou traçado na rocha.
– Tropeirismo: Atividade econômica ligada ao comércio de tropas de gado.
– Sambaqui: Designação dada a antiquíssimos depósitos, situados ora na costa, ora em lagoas ou rios do litoral, e formados de montões de conchas, restos de cozinha e de esqueletos amontoados por tribos selvagens que habitaram o litoral americano em época pré-histórica.
– Vicentinos: Moradores pertencentes à Capitania de São Vicente.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARANTES, Aimoré et all. O Paraná de todas as cores. Curitiba: Base, 2001.
CARDOSO, Jaime. A. Atlas Histórico do Paraná. Curitiba: Ind. Gráfica Projeto, 1982.
FILIPAK, Francisco. Dicionário sociolingüistico paranaense. Curitiba: Imprensa Oficial, 2002
MOTA, Lúcio Tadeu. As guerras dos índios Kaingang: a história épica dos índios Kaingang no Paraná (1769-1924). Maringá: EDUEM, 1994.