Vila Velha

Lenda da Vila velha

Vila velha era conhecida como itacueretaba ( “a cidade extinta de pedra”). Protegida por tupã, a cidade possuía um tesouro, que era guardado por uma legião de apiabas, escolhidos dentre os melhores índios das tribos. Esses homens tinham regalias e distinções para desempenhar essa missão. Só não podiam ter contato com mulheres ( cunhatãs ). Diziam que se as mulheres soubessem dos segredos dos homens elas os revelariam a todos. Tupã ficaria enfurecido se esse segredo fosse revelado.


Certa ocasião, um desses homens – dos mais fortes, altivos e bravos – foi escolhido o chefe dos apiabas. Seu nome era Duí. Seu problema era apenas o de não desejar para si a nobre missão. Ele preferia continuar sendo cunhapixara ( mulherengo ). Sabedores disso, os inimigos trataram de colocar uma linda mulher no encalço de Duí. A escolhida foi Aracê Poranga.
Tão logo Duí viu Aracê, já ficou perdidamente apaixonado por ela. Aracê ganhou-lhe a confiança e o amor que tanto pretendia, para dar sequência a seus planos. Até que lhe deu, numa taça, um licor de butiás, para embebedá-lo e assim descobrir seus segredos. Porém, ambos beberam da taça e acabaram ficando ali, deitados à sombra, abraçados.
Tupã, furioso, destruiu Abaretama, transformou-a em pedra, e os dois amantes, como castigo, também ficaram petrificados, um diante do outro, tendo a taça de pedra a seu lado. E o tesouro fundido é aquela lagoa que chamamos Dourada.